Na psicanálise, o ciúme é entendido como uma emoção complexa que envolve sentimentos de insegurança, medo de perda e rivalidade. Sigmund Freud, explorou o ciúme em vários contextos, vendo-o como um fenômeno multifacetado que pode ter raízes profundas no inconsciente.
Freud identificou três tipos principais de ciúme:
- Ciúme competitivo ou normal: Este tipo de ciúme é uma resposta natural a uma ameaça percebida ao relacionamento, como a presença de um rival. Embora possa causar sofrimento, é considerado uma emoção comum e uma parte inevitável das relações humanas.
- Ciúme projetado: Neste caso, a pessoa projeta seus próprios desejos e impulsos inconscientes em seu parceiro, acreditando que o parceiro é infiel ou interessado em outra pessoa, mesmo que não haja evidências concretas para isso. Essa projeção geralmente está relacionada a sentimentos de culpa ou desejos reprimidos.
- Ciúme delirante ou patológico: Esse é o tipo mais grave de ciúme e está associado a distúrbios mentais, como a paranoia. O ciúme delirante é caracterizado por crenças irracionais e inabaláveis de infidelidade do parceiro, frequentemente sem qualquer fundamento real. Esse tipo de ciúme pode levar a comportamentos obsessivos e até violentos.
A psicanálise vê o ciúme como uma manifestação das dinâmicas inconscientes, muitas vezes relacionadas a experiências passadas, como as relações com os pais durante a infância, rivalidades entre irmãos, e outros fatores que influenciam o desenvolvimento emocional. Além disso, o ciúme pode ser entendido como uma forma de lidar com a ansiedade de perda e o medo de abandono, que são sentimentos profundamente enraizados no inconsciente humano.